Lá do outro lado do horizonte existe um rio, mas não um rio imenso, um pequeno riacho, com águas claras que desce da nascente, que fica por perto, ladeado de um lado por flores campestres, e de onde pode-se ver uma casa, com janelas de madeiras, sala com lareira, um pequeno pomar com frutas frescas e uma varanda com cadeiras de balanço para durante a noite apreciar-se as estrelas que ficam por lá, naquele recanto, a brilhar. Na outra margem não existe flores campestres, o riacho é contornado naquele lado, apenas por árvores secas, pois a água não pode chegar lá, a paisagem é um tanto incolor, mas não existe dor, pois ela já está incorporada no clima solitário do lugar, lugar para quem teve apenas a solidão para habitar, ali não tem casa com varanda, nem estrelas para olhar, nem cadeira de balanço para descansar ouvindo o som do silêncio, nem mesmo o som do vento, e talvez seja nessa margem do rio, pela brisa que sinto chegar, depois que eu for para o outro lado do horizonte, que devo me aprisionar.



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