Hoje dia de S. Simão (seu padroeiro) em Sorgaçosa-Pomares-Arganil

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No dia de S. Simão, quem não faz magusto não é bom cristão.
 Por S. Simão semear sim, navegar não.
 Por S. Simão, favas na mão. 

Estes provérbios populares reflectem a actividade agrícola outonal: a sementeira da fava, a colheita da castanha e os magustos realizados, segundo a tradição, em algumas vilas e aldeias de Portugal.

A esta ruralidade associa-se a parte espiritual e religiosa. Por isso, neste dia (28 de outubro),comemora-se o dia em honra de São Simão havendo uma pequena festa para marcar ao indelével esta comunidade rural. Este acontecimento festivo repete-se, ano a ano, e manifesta a fé inabalável da população da Sorgaçosa ao seu Santo Padroeiro e à Igreja Católica.
Arreigada na alma dos Sorgaçosenses, esta festa tem um sentimento acentuadamente religioso e a sua origem secular perde-se na bruma dos tempos. Mantém a sua origem na tradição rural, nos usos e costumes, ou seja na singela riqueza popular de características históricas, culturais e sociais próprias.
De acordo com vários historiadores (entre outros, o Pe. José Boscolo) e em texto que adaptei: o nome de S. Simão figura em décimo primeiro lugar na lista dos Apóstolos. Nasceu em Canaã, na Galileia, em Israel e tinha o denominativo de «Zelotes. Faleceu martirizado, na Pérsia, em defesa dos fracos e oprimidos e, principalmente daqueles que têm fome e sede de justiça.
O Evangelho segundo S. Lucas (Lc 6:15) refere que este Apóstolo conserva o nome derivado de Simeão e significa o Ouvido de Deus.
Simão terá resolvido seguir Jesus por ver Nele:
 1º.) O líder perfeito para os zelotes;
 2º.) Por ouvir a pregação inflamada e arrebatadora do profeta de Nazaré;
 3.º) Por entender que o Messias irá libertar Israel de Roma.
Simão e Mateus tinham comportamentos sociais e políticos distintos: Simão, o zelote, queria a queda de Roma; Mateus, o publicano, trabalhava de mãos dadas com o governo romano. Simão detestava o imposto; Mateus recebia-o. Simão era um Judeu patriota; Mateus era tido como o "traidor da pátria.
Simão e Jesus tinham igualmente pensamentos e actuações diferentes: Simão queria uma luta política; Jesus longe de pensar em golpe militar dizia: "Dai a César o que é de César" (Mt 22:21). Simão queria que o Reino de Israel fosse restaurado imediatamente; Jesus dizia que o processo era demorado, que levaria muito tempo "semelhante ao fermento na farinha até levedar" (Mt 13:33). Simão confiava na espada; Jesus afirmava que "todos que lançarem mão da espada morrerão" (Mt26:52).
Simão era zeloso com o que fazia e queria, homem fervoroso, sanguíneo e ardente, tinha um amor intenso pela causa, um homem no encalço de seus objectivos. Jesus chamou-o, porque queria este zelo ardente em seu grupo, e transformá-lo-ia num "revolucionário" espiritual, num discípulo labareda de fogo!



                                            Festejando este ano em Agosto, mês em que todos
                                            os Sorgaçosenses se reúnem na sua aldeia natal.


A lenda do Rio Alva

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A lenda do rio Alva

A localidade de Pombeiro da Beira tem na sua história uma disputa entre três rios, o Mondego, o Alva e o Zêzere, todos nascidos na Serra da Estrela. Estes três rios envolveram-se um dia numa grande discussão sobre quem seria o mais valente e acertaram numa corrida que esclareceria a questão: quem chegasse primeiro ao mar seria o vencedor.
O Mondego levantou-se cedo e começou a deslizar silenciosamente para não atrair as atenções. Passou pela Guarda e pelas regiões de Celorico, Gouveia, Manteigas, Canas de Senhorim e pela Raiva, onde se fortaleceu junto dos ribeiros seus primos, chegando por fim a Coimbra.
O Zêzere, que estava atento, saiu ao mesmo tempo que o seu irmão. Oculto, por entre os penhascos, foi direito a Manteigas, passou a Guarda e o Fundão, mas logo depois se desnorteou e, cansado, veio a perder-se nas águas do Tejo.
O Alva passou a noite a contar as estrelas, perdido em divagações de sonhador e poeta. Quando acordou, era já muito tarde mas ainda a tempo de avistar os seus irmãos ao longe.
Tempestuoso, rompeu montes e rochedos, atravessou penhascos e vales, mas quando pensava que tinha vencido deparou com o Mondego, no momento que este já adiantado chegava ao mar. O Alva ainda tentou expulsar o seu irmão do leito, debatendo-se com fúria e espumando de raiva, mas o Mondego engoliu-o com o seu ar altivo e irónico.
Este lugar onde os dois rios lutaram ficou para sempre conhecido como Raiva, em memória da contenda entre os dois irmãos.


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