Serra do Açor

Magros socalcos estreitinhos
Adubados com suor,
Davam frutos rosadinhos
Nesta Serra do Açor.

Não davam grande riqueza
Magro chão, magro era o eito,
Mas sobrava-lhe em beleza
O que lhe faltava em proveito.

Foram palco de cantigas
A ecoar nas quebradas,
Soavam modas antigas
Que eram rosas perfumadas.

Socalcos marca de um tempo
Que teve a sua beleza,
Encenada sem espavento
No palco da Natureza.

Socalcos palmos de terra
Erguidos em sofrimento,
São maravilhas da serra
Vindas do fundo do tempo.

Socalcos vós sois agora,
Silêncio por aí aos ais,
Tanto pico, tanta amora,
Que ninguém apanha mais.

Autor
Viriato gouveia
Publicado no jornal "A Comarca de Arganil"
Em 18-8-2011

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