Á fonte da minha aldeia!

A fonte do meu lugar
Ponto de encontro prá amar
Noutro tempo à noitinha
Está para ali a chorar
Por ninguém lá ir buscar
A sua água fresquinha.

Cântaros de barro à cabeça
Já não há quem os conheça
Na elegância do andar
Das moças namoradeiras
Acabaram as cantareiras
Que dantes havia no lar.

Lembra a fonte com saudade
Segredos da mocidade
Devaneios do coração:
Hoje há água da rede
E ninguém lá mata a sede
De amar que havia então.
Em ti bebeu tanta gente
Foste minha confidente
Oh fonte da minha aldeia
Peço-te perdão a cantar
Por nunca mais me sentar
No banco que te rodeia.

A minha fonte esquecida
Sempre fiel e amiga
Merece aqui ser lembrada.
Porque após tanto enredo
Do que ouviu guardou segredo
Do que viu não contou nada".

Poeta Viriato Gouveia
Aldeia da Dez

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