Barril do Alva
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Rica e Bela Serra do Açor
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Ela Ia, Tranquila Pastorinha.
Ela ia, tranquila pastorinha,
Pela estrada da minha imperfeição.
Segui-a, como um gesto de perdão,
O seu rebanho, a saudade minha...
"Em longes terras hás de ser rainha"
Um dia lhe disseram, mas em vão...
Seu vulto perde-se na escuridão...
Só sua sombra ante meus pés caminha...
Deus te dê lírios em vez desta hora,
E em terras longe do que eu hoje sinto
Serás, rainha não, mas só pastora
Só sempre a mesma pastorinha a ir,
E eu serei teu regresso, esse indistinto
Abismo entre o meu sonho e o meu porvir...
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Segui-a, como um gesto de perdão,
O seu rebanho, a saudade minha...
"Em longes terras hás de ser rainha"
Um dia lhe disseram, mas em vão...
Seu vulto perde-se na escuridão...
Só sua sombra ante meus pés caminha...
Deus te dê lírios em vez desta hora,
E em terras longe do que eu hoje sinto
Serás, rainha não, mas só pastora
Só sempre a mesma pastorinha a ir,
E eu serei teu regresso, esse indistinto
Abismo entre o meu sonho e o meu porvir...
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Descobrindo os recantos da Mata da Margaraça VI
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O Suspiro
Voai, brandos meninos tentadores,
Filhos de Vénus, deuses da ternura,
Adoçai-me a saudade amarga e dura,
Levai-me este suspiro aos meus amores:
Dizei-lhe que nasceu dos dissabores
Que influi nos corações a formosura;
Dizei-lhe que é penhor da fé mais pura,
Porção do mais leal dos amadores:
Se o fado para mim sempre mesquinho,
A outro of'rece o bem de que me afasta,
E em ais lhe envia Ulina o seu carinho:
Quando um deles soltar na esfera vasta,
Trazei-o a mim, torcendo-lhe o caminho;
Eu sou tão infeliz, que isso me basta.
Bocage
Descobrindo os recantos da Mata da Margaraça V
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Foz d´Égua freguesia do Piodão " Serra do Açor "
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Vista parcial de Chãs d´Égua
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Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...
Alberto Caeiro
Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...
Alberto Caeiro
Do alto do monte do Colcurinho...
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Sou um guardador de rebanhos
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar numa flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei da verdade e sou feliz.
Alberto Caeiro
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar numa flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei da verdade e sou feliz.
Alberto Caeiro
Descobrindo os recantos da Mata da Margaraça IV
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Aguarela de Outono
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O outono bate à nossa porta.
Tardes quentes, noites frias.
Até o brilho das estrelas,
Aparentam menos alegrias.
As plantas, perdem parte do seu encanto.
Suas folhas que começam a cair,
Se espalham por todos os cantos,
Cobrindo a terra com esse triste manto.
Os pássaros que antes cantavam alegremente,
Parecem terem ficado mudos.
Também eles se sentem entristecidos,
Com o outono que se faz presente.
A natureza toda chora.
O verão que foi embora.
Pois o outono nos trás de presente,
O inverno que acaba com os dias quentes.
Nosso único consolo,
É que tudo é passageiro.
O outono, inverno logo se vão,
Trazendo a linda primavera
Que é a mais bela estação.
Flores se espalham por todos os cantos.
Pássaros nos alegram com seus belos cantos.
Trazendo para todos nós,
O alívio e o esquecimento,
Do tempo que nos trouxe tormentos.
Tardes quentes, noites frias.
Até o brilho das estrelas,
Aparentam menos alegrias.
As plantas, perdem parte do seu encanto.
Suas folhas que começam a cair,
Se espalham por todos os cantos,
Cobrindo a terra com esse triste manto.
Os pássaros que antes cantavam alegremente,
Parecem terem ficado mudos.
Também eles se sentem entristecidos,
Com o outono que se faz presente.
A natureza toda chora.
O verão que foi embora.
Pois o outono nos trás de presente,
O inverno que acaba com os dias quentes.
Nosso único consolo,
É que tudo é passageiro.
O outono, inverno logo se vão,
Trazendo a linda primavera
Que é a mais bela estação.
Flores se espalham por todos os cantos.
Pássaros nos alegram com seus belos cantos.
Trazendo para todos nós,
O alívio e o esquecimento,
Do tempo que nos trouxe tormentos.
Vista parcial da aldeia Foz da Moura situada na freguesia de Pomares e concelho de Arganil
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Vila de Avô ( concelho de Oliveira de Hospital )
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SERRA
A MINHA DESPEDIDA
A MINHA DESPEDIDA
Serra do meu destino,
Por onde andei
Entre as urzes em flor
E giestais doirados!
Altar alpestre
Onde rezei
A via Sacra
Dos meus cuidados!
Invios caminhos
Que percorri
Em missão de amor;
Cireneu do povo,
Estranho sonhador!
Moléstias que curei...
Dores que aliviei...
Lágrimas que evitei...
Eis o penhor
Que irei depor
Aos pés de Cristo,
Pedindo perdão
Por Lhe dar só isto!
Búzio, 1-10-86
Por onde andei
Entre as urzes em flor
E giestais doirados!
Altar alpestre
Onde rezei
A via Sacra
Dos meus cuidados!
Invios caminhos
Que percorri
Em missão de amor;
Cireneu do povo,
Estranho sonhador!
Moléstias que curei...
Dores que aliviei...
Lágrimas que evitei...
Eis o penhor
Que irei depor
Aos pés de Cristo,
Pedindo perdão
Por Lhe dar só isto!
Búzio, 1-10-86
Avô ( com um pequeno poema do Dr. Vasco de Campos retirado do seu livro "Obras Completas" )
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AGUARELA
Em casa do Engrº Loureiro em 22/5/83
Numa casinha campestre,
Uma nora, e um moinho...
Andou aqui mão de mestre
A alindar este Caminho.
Vizinho. o Alvo a cantar
A sua canção infinita.
Venha um Artista pintar
Esta aguarela tão linda!
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